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  HISTÓRIA DA CONFRARIA DO BODE VERDE


SUBSÍDIOS PARA HISTÓRIA DA CONFRARIA DO BODE VERDE
Texto de Ney, adaptado por Gabriel

[01] Em meados dos anos 60, um grupo de Oficiais, da antiga Base Almirante Moraes Rego, aproveitando-se das Licenças de Pagamento, costumava se reunir, à tarde, em algum bar do centro do Rio de Janeiro, normalmente o Simpatia, que existiu na Avenida Rio Branco, quase na esquina da Rua do Ouvidor, para uma profícua confraternização. Desvestíamo-nos de nossos galões, e com grande intimidade, revestida do maior respeito mútuo, discutíamos as preocupações rotineiras, traçávamos planos de tarefas, enfim, despachávamos informalmente. Mas acima de tudo, jogávamos muita conversa fora enquanto nos divertíamos, digeríamos idiossincrasias, repelíamos rancores, desfazíamos dúvidas, ajudávamo-nos uns aos outros.

[02] Em 1990, o Contra-Almirante Paulo Cezar de Aguiar Adrião, recém ex-Diretor de Hidrografia e Navegação e o Capitão-de-Mar-e-Guerra Gauthier José Pereira Filho estavam na Reserva. Amigos de gênios distintos. O primeiro aparentemente circunspecto, introvertido; o segundo, aberto, extrovertido. Completavam-se um ao outro. Ambos com o mesmo espírito de hidrógrafo. Ambos com a mesma vocação de reunir velhos amigos. Foi, então, que tiveram a idéia de reunir, em caráter totalmente informal, um grupo de hidrógrafos que, a priori, sabiam gostar de uma confraternização daquele gênero. Ney Dantas foi consultado e concitado a colaborar na convocação de um primeiro evento. Imaginou-se um almoço. Em algum restaurante do centro do Rio de Janeiro. Traje esporte. Uma experiência.

[03] Ainda nessa fase embrionária, ficou resolvido que o convite ao almoço não seria limitado aos oficiais hidrógrafos da reserva e que seria estendido àqueles oficiais de outras especialidades e corpos que houvessem dedicado parte de suas carreiras à Diretoria de Hidrografia e Navegação. Naquela quinta-feira, 28 de fevereiro de 1997, reunimo-nos pela primeira vez no restaurante do Hotel Guanabara, na Av. Presidente Vargas. Éramos quinze apenas:

  1. Paulo Cezar de Aguirar Adrião
  2. Gauthier José Pereira Filho
  3. Alberto de Oliveira Torres
  4. Oswaldo Laidler
  5. José Henrique da França Gomes
  6. Heraldo Blacker Espozel
  7. Jacob Ennes da Silva Filho
  8. Antônio Carlos de Oliveira e Silva
  9. Mario Abreu de Almeida
  10. Luiz Carlos de Almeida Ribeiro (Intendente)
  11. Almir Pinto da Fonseca
  12. Francisco José Penido Salles
  13. Armando Gonçalves Madeira
  14. Roberto da Costa Ferrenho
  15. Ney Dantas

Um sucesso ainda que discreto, em todos os aspectos. Em um livro verde de capa dura, trazido pelo Almirante Adrião, todos registraram as suas presenças. Ney Dantas foi designado o Guardião do livro e Secretário da Confraria do Bode Verde.

[04] Como a idéia e a iniciativa para a realização de tais encontros partiram de um reduzidíssimo número de oficiais hidrógrafos da reserva, evitou-se a escolha de uma organização militar para acolhê-los; primeiro, para não envolvê-la em um evento ainda de caráter experimental; segundo, para não prejudicá-la em sua rotina de trabalho; e terceiro, para caracterizar o espírito totalmente informal da reunião, isenta de horários rígidos ou predeterminados, livre de qualquer coisa que lembrasse uma "representação de caráter militar". Optou-se pelo restaurante do Hotel Guanabara, já conhecido de alguns, pela sua proximidade à maior concentração de Organizações de Marinha no centro da cidade e seus estacionamentos, pelas instalações discretas (no segundo andar do hotel) e confortáveis e pela qualidade de seus buffet e serviços.

[05] Em face do sucesso do primeiro evento, ali foram realizados os dez primeiros almoços que acabaram por determinar uma rotina: conversas e aperitivos de entrada e de apresentações, almoço propriamente dito, cafezinho e despedidas, e "happy hours" para os descompromissados; e que serviram também para firmar o Almirante Adrião como Mestre da Confraria, o Comandante Gauthier como Orador de serviço sempre e quando preciso, Luiz Carlos como Intendente da Ordem e Ney Dantas como Fiel do Livro e Escrivão.

[06] Nasceram idéias dentre elas, a de realizarmos um almoço na Praça D'Armas do NOc Almirante Saldanha, recém-reconstituída no Espaço de Memória da Diretoria de Hidrografia e Navegação, na Ponta da Armação. Ali foram realizados os XI e XV almoços. Valeu a experiência, mas o espaço se mostrou acanhado para tantos convivas; o que nos fez voltar ao Hotel Guanabara.

[07] Discutiu-se a sugestão de que os almoços, daí por diante, fossem realizados em estabelecimentos e navios da rede da Diretoria de Hidrografia e Navegação. Ou na Escola Naval, então comandada por um hidrógrafo, o CA Marcos Augusto Leal de Azevedo. Quem sabe um churrasco? E com as esposas?

[08] Um sábado, dia em que Lord Nelson e seus oficiais brindavam suas namoradas e esposas foi o escolhido. Não só por isso, mas principalmente porque esse dia da semana seria o mais conveniente para as famílias e o mais propício para a Escola Naval acomodar semelhante evento. Valeu a pena. Tarde agradabilíssima, que se prolongou quase em seresta. Lá realizamos as XXV e XXVIII reuniões com esposas.

[09] Mas, em verdade se diga, foram os almoços realizados na Casa do Almirante, na Ponta da Armação, e no Centro de Sinalizacão Náutica Almirante Moraes Rego, na Ilha de Mocanguê, os que propiciaram as maiores confraternizações e emoções. Aquele, por ter reunido o maior número de comensais, 58. Brilhante agradabilíssimo, apesar das preocupações e compromissos inadiáveis do Diretor e "host", VA José Alberto Accioly Fragelli.

[10] O do CAMR, pela segunda maior presença de confrades, 50, e por uma coincidência histórica: seu Comandante, o CMG Luiz Fernando Palmer da Fonseca, recebeu, com honras de portaló, o AE Ref Maximiano Eduardo da Silva Fonseca, ex- Comandante daquele Centro, ex-Ministro da Marinha e seu próprio pai. Uma rara emoção para ambos.

[11] Apesar desses últimos sucessos, os adeptos das "happy hours" descontraídas, inoportunas e desaconselháveis em OMs, convenceram a maioria para volta àquele recatado salão de canto do Hotel Guanabara.

[12] Os almoços do Bode Verde têm mostrado que ainda conservamos aceso em nossos corações aquele puro e nobre sentimento de companheirismo hidrográfico que sempre nos aproximou e que, com certeza, servirá para nos manter unidos para todo o sempre, e de exemplo para as gerações mais jovens de Oficiais Hidrógrafos.

 

 


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