SUBSÍDIOS (03)
Para a História da Hidrografia Brasileira


Subsídios por Décadas

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Você está no Período (03) 1933-1956

1870-1932      1933-1956    1957-1965

De 1930 à 1939 (Parte 2)
1933

Publica-se a primeira carta da atual série de cartas modernas da Diretoria Carta nº l604 - Porto de Angra dos Reis.

A 26 de março é usada, pela primeira vez, a câmara Zeiss de fotografia aérea, pertencente à Diretoria, em avião da Aviação Naval; o trecho fotografado foi a parte oeste da Ilha Grande. Ainda nesse ano foi fotografado o trecho da costa entre a Baía de Guanabara e o Cabo Frio. Essas operações assinalam o inicio do emprego da fotografia aérea nos levantamentos hidrográficos.

A 20 de abril, é inaugurado o Curso de Navegação e Hidrografia, para a primeira turma de 5 oficiais, sob a direção do Capitão-de-Mar-e-Guerra Nogueira da Gama, então Vice-Diretor de Navegação.

A 27 de outubro é inaugurado o Radiofarol de São Tomé; é o primeiro radiofarol marítimo no Brasil.

1934

A 25 de janeiro é entregue à Diretoria o velho navio NHi "Rio Branco", e classificado navio hidrográfico, o qual entra logo em grandes reparos, a fim de ser adaptado à nova função. O navio não dispunha de agulha giroscópica nem ecômetro. Foi dotado com 2 lanchas hidrográficas, de casco de madeira.

Em janeiro, são determinadas as coordenadas geográficas de Abrolhos, com o astrolábio de 45º, usado, pela primeira vez no Brasil, pelo Capitão-Tenente Fernando Frota

É publicado o Tomo I dos Anais Hidrográficos, referente a 1933, para registro e divulgação dos trabalhos da Diretoria.

Em maio, o NHi "Rio Branco" parte do Rio para efetuar o seu primeiro serviço de levantamento, na enseada dos Ganchos. Embora o ecômetro já fosse usado em alguns navios da Marinha (o submarino "Humaitá", em 1929, e o Navio-Escola "Almirante Saldanha", em 1934), somente neste ano consegue a Diretoria encomendar um para o fim específico de levantamentos. As sondagens feitas até então foram todas, portanto, a prumo de mão ou mecânico.

Em junho, enviados dois oficiais especialistas ao exterior para aperfeiçoamento: um à Grã-Bretanha para estágio no H.D. ao Almirantado, outro aos Estados Unidos, para o H.O. Em menos de um ano, trouxeram informações valiosas que permitiram reorganizar rapidamente, em moldes modernos, a então Divisão de Hidrografia e Navegação.

1935

Em março é instalado um ecômetro moderno, Atlas, para grandes e pequenas profundidades, no NHi "Rio Branco".

A 11 de julho o Contra-Almirante Amphilóquio Reis tomou posse no cargo Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 28 de novembro.

A 19 de outubro são executadas com o ecômetro do navio, no canal de S. Sebastião, as primeiras sondagens sonoras efetuadas em levantamento no país. Continuariam, ainda por mais quatro anos, a serem feitas a prumo de mão as sondagens nas lanchas.

Início dos trabalhos para a instalação de uma oficina de impressão de cartas segundo os moldes do H.O. dos Estados Unidos, com o planejamento e construção de um edifício próprio, na ilha Fiscal, a leste do edifício principal.

1936

A 30 de janeiro o Contra-Almirante Raul Tavares tomou posse no cargo Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 6 de janeiro de 1938.

Publicados o Roteiro, a Lista de Faróis e a Lista de Sinais-Rádio, em moldes modernos; e regularizados o preparo e a divulgação dos Avisos aos Navegantes.

Iniciada a transmissão diária em "broadcasting" dos Avisos aos Navegantes, na Hora do Brasil, às 19:30 horas.

1937

A 17 de fevereiro foi incorporado à Marinha o NHi "Jaceguay", ex-Navio Mineiro Varredor da Marinha britânica, tendo sido adquirido em terceira mão.

1938

A 6 de janeiro o Vice-Almirante Tancredo de Gomensoro tomou posse no cargo Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 6 de janeiro de 1939.

Pela primeira vez é usado no Brasil o ecômetro em lancha, com emissor no casco, no levantamento de Porto Belo (lancha do Navio Hidrográfico "Jaceguay"). Este é o primeiro levantamento no qual todas as sondagens foram feitas a ecômetro, quer por navio quer por lanchas, usando-se o prumo de mão apenas para informação da natureza do fundo.

1939

A 20 de janeiro o Vice-Almirante Tácito Reis de Moraes Rego tomou posse no cargo Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 20 de agosto de 1941.

Em maio entra em serviço a oficina própria de impressão de cartas na Ilha Fiscal, imprimindo-se a Carta nº 1703 - Porto de Cananéia - publicada em 31/5/1939, que foi a primeira carta totalmente construída pela Diretoria. Fora o equipamento adquirido nos Estados Unidos, com a cooperação do Hydrographic Office, o qual não somente colaborou na encomenda das máquinas mas também cedeu três técnicos, dois por um ano (fotografia e impressão) e um por dois anos (gravação), para acompanharem a montagem e instruírem o pessoal.

De 1940 à 1949
1941

De 12 a 19 de setembro, em Comissão chefiada pelo Capitão-Tenente Newton Tornaghi , são determinadas as coordenadas astronômicas da Ponta do Seixas, no Cabo Branco, extremo oriental do território continental brasileiro e do continente sul-americano. Foram obtidos os valores de 70º 09' 19", 31 S e 034º 47' 38", 48 W. Desfez-se assim a dúvida que persistia até aquela data, sobre qual o extremo leste do nosso continente, tendo sido verificado ser aquele ponto, no Cabo Branco, no litoral da Paraíba, ao invés da Ponta de Pedras, no litoral de Pernambuco.

A 20 de janeiro o Vice-Almirante Mario de Oliveira Sampaio tomou posse no cargo Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 14 de agosto de 1942.

1942
até
1946

A 14 de agosto o Vice-Almirante Jorge Dodsworth Martins tomou posse no cargo de Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 26 de janeiro de 1945. Interrupção na atividade hidrográfica por motivo da II Guerra Mundial. Os Navios Hidrográficos são armados e classificados como corveta para servirem de escolta de comboios.

A Corveta "Rio Branco" é incorporada à Força Naval do Nordeste e a "Jaceguay" à Força Naval do Sul. Durante as pequenas permanências nos portos do Recife e de Salvador, entre dois comboios, a "Rio Branco" realiza serviços destinados à publicação de novas edições das cartas destes portos.

1945

A 12 de abril o Contra-Almirante Guilherme Bastos Pereira das Neves tomou posse no cargo Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 20 de junho de 1946.

A 29 de dezembro passam à subordinação da DHN os Caça-Submarinos "Javari", "Jutai", "Juruá" e "Juruena".

1946

A 13 de junho é mudado novamente o nome da Repartição, para Diretoria de Hidrografia e Navegação.

A 20 de junho o Contra-Almirante Antonio Alves Câmara Junior tomou posse no cargo de Diretor de Hidrografia e Navegação permanecendo no cargo até 3 de março de 1949.

A 25 de outubro é adquirido pela Diretoria um avião bimotor, que foi preparado para carregar a câmara Zeiss, passando a Diretoria, assim, a fazer a aerofotogrametria com seus próprios meios.

A 30 de dezembro é editado o Almanaque Náutico para 1947, segundo modelo organizado na Diretoria.

1946
e
1947

A administração dos faróis é passada para a Diretoria de Comunicações, durante cerca de um ano, voltando logo a esta Diretoria. Nesta ocasião, as instalações de faróis foram mudadas da Ilha Fiscal para a Ilha das Cobras, e depois para a Ilha de Mocanguê Grande.

1947

A 9 de janeiro, com o Decreto nº 22 417, é baixado novo Regulamento para a Diretoria de Hidrografia e Navegação; a antiga Divisão de Hidrografia (DH-2) é desdobrada em dois departamentos, o Departamento de Hidrografia e o Departamento de Navegação e é criado o Departamento de Sinalização Náutica. Nesta data, o Serviço de Sinalização Náutica é instalado na Base Almirante Moraes Rêgo, na Ilha de Mocanguê Grande.

É reiniciado o Curso de Especialização de Navegação e Hidrografia, de forma mais ou menos regular.

1949

A 8 de março o Contra-Almirante Antonio Guimarães tomou posse no cargo Diretor de Hidrografia e Navegação permanecendo no cargo até 21 de janeiro de 1952.

De 1950 à 1959 (Parte 1)
1951

A 2 de maio é criado o Departamento de Obras e Reparos (pelo novo Regulamento da Diretoria) e instalado na Ilha de Mocanguê Grande, nas instalações da antiga Base da Defesa Miranda (Marítima?).

1952

A 21 de janeiro o Contra-Almirante Antonio Alves Câmara tomou posse no cargo de Diretor de Hidrografia e Navegação permanecendo no cargo até 5 de janeiro de 1953.

A 4 de novembro, em desastre na serra de Petrópolis, quando regressavam de missão no Amapá, morrem o Primeiro-Tenente Aviador Cid Spíndola do Nascimento e o Primeiro-Sargento Mecânico João dos Santos Ferreira , o cartógrafo Augusto do Rego Barros Martins e o fotógrafo Geraldo de Farias . O avião da Diretoria ficou totalmente destruido.

1953

A 5 de janeiro o Vice-Almirante Edmundo Jordão Amorim do Valle tomou posse no cargo de Diretor de Hidrografia e Navegação permanecendo no cargo até 26 de agosto de 1954.

A 15 de abril, com o Decreto nº 32 582, é baixado novo Regulamento para a Diretoria, em conseqüência da Lei Orgânica da Marinha de 1952. Nele é criado o Departamento de Geofísica, com atribuições que antes cabiam a diversas seções, e estabelecido a instalação de Serviços Distritais de Sinalização Náutica.

A 18 de abril, em acidente de serviço, morre no Canal Norte do Rio Amazonas o Primeiro-Tenente José Ribamar dos Reis Castello Branco , do "Rio Branco", durante trabalho de levantamento.

1954

A 16 de setembro o Contra-Almirante Jorge da Silva Leite tomou posse no cargo de Diretor de Hidrografia e Navegação permanecendo no cargo até 3 de setembro de 1958.

1955

A 3 de janeiro é instalado no Recife o Serviço de Sinalização Náutica do Nordeste, equipado com fábrica de acetileno.

A 19 de fevereiro é inaugurado o Alinhamento Luminoso de Paranaguá; é o primeiro alinhamento luminoso de sinalização náutica no Brasil.

A 18 de março é criado o Serviço de Sinalização Náutica de Mato Grosso. A 8 de julho é instalado, em Ladário, este Serviço.

Em abril é instalado um RAYDIST no NHi "Rio Branco", que é, em 10 de maio, empregado pela primeira vez na localização das sondagens no Amapá.

A 4 de julho é iniciado o Levantamento Hidrográfico regular e completo da Baía de Todos os Santos. Os trabalhos começaram pelo estudo do canal de acesso ao terminal da Ilha Madre de Deus, que a Petrobrás construía para carregamento de petróleo. À vista da urgência requerida, é desviado do serviço de faróis o Navio Faroleiro "Henrique Dias" e, ao seu comandante, o Capitão-Tenente Orlando Augusto Amaral Affonso , é confiada a missão hidrográfica, a qual foi apoiada pela Petrobrás com muitos recursos em material e mesmo em pessoal.

Tendo concluído o levantamento do Canal Norte Rio Amazonas, o NHi "Rio Branco" regressa ao Rio, encostando definitivamente em 23 de dezembro. É recebido na Doca 11 de Junho pelo Diretor-Geral e toda a oficialidade da DHN e navios subordinados.

A 13 de dezembro são batidas as quilhas, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, de 3 Navios Hidrográficos de 45 metros; pela primeira vez a Marinha faz construir navios destinados para a Hidrografia.

1956

A 27 de abril é encomendada aos estaleiros Ishikawajima, em Tóquio, a construção de dois Navios Hidrográficos de 78 metros, que recebem os nomes de "Sirius" e "Canopus". Primeiros navios de porte projetados pela Marinha especialmente para o serviço hidrográfico, são dotados de equipamento moderno e completo, e de plataforma para helicóptero.

A 26 de maio é instalada na Base Naval de Belém o Serviço de Sinalização Náutica do Norte.

De março a maio, a 11ª turma de alunos do curso executa o levantamento que lhe fora cometido, o da enseada de Imbituba, e em dezembro publica-se a respectiva carta. Pela primeira vez, consegue-se efetuar o levantamento e publicar a carta dentro de um ano.

De abril a junho, para sondagens ao largo, é cedido à Diretoria um navio de porte, o Navio-Escola "Almirante Saldanha", que seria depois adaptado para Navio Oceanográfico.

Em maio é entregue à Diretoria a Corveta "Forte de Coimbra", então recentemente construída na Holanda, a fim de suprir a falta do NHi "Rio Branco" e enquanto se espera pelos novos navios em construção. Pela primeira vez, a Marinha emprega um navio moderno em levantamentos, o que permitiu, aliado ao fato de ser o mesmo movido a motores de combustão interna, dar rendimento excepcional ao serviço de sondagens, efetuado com o segundo equipamento Raydist adquirido pela Diretoria.

Em agosto é temporariamente cedida à Diretoria a Corveta "Imperial Marinheiro", que leva à Ilha da Trindade o chefe do Departamento de Geofísica, para as primeiras providências relativas à ocupação da ilha a fim de tomar parte nas observações do "Ano Geofísico Internacional de 1957-1958".

De 26 a 30 de novembro, a Diretoria efetua a primeira campanha oceanográfica, empregando o NE "Guanabara", no trecho do Cabo Frio a Abrolhos.

A 13 de dezembro, no Japão, são batidas as quilhas dos Navios Hidrográficos "Sírius" e "Canopus".

Continua-se o trabalho de sondagem no Rio Paraná, entre Presidente Epitácio e Guaíra, pela equipe mantida pela Comissão Interestadual das Bacias do Prata e do Uruguai, constituída pelos governos dos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, comissão hidrográfica chefiada por um oficial hidrógrafo, Capitão-de-Fragata Helio Leôncio Martins , e apoiada tecnicamente pela Diretoria; neste trabalho foi empregado o Navio Fluvial "Guaíra", adaptado para serviço hidrográfico, com ecômetro Atlas.

O NHi "Rio Branco" tem baixa do serviço ativo da Armada, por Aviso nº 4.056 de 31/12/1956; foi passada mostra de desarmamento em 21/3/1957, sendo seu último serviço à Hidrografia a campanha na barra Norte do rio Amazonas, até então nunca demandada por grandes navios, na qual foi levantada uma extensão de 70 milhas de costa, e da qual resultaram as cartas nº 201 e 210, da ponta de Santarém ao Cabo Norte. Teve como último comandante o Capitão-de-Corveta Paulo Irineu Roxo Freitas, que o comandou durante 23 meses e 22 dias, inclusive na última fase daquela campanha. Esse navio detém uma lenda heróica em nosso serviço hidrográfico: iniciou sua atividade com o levantamento da enseada de Ganchos, e com ele fez-se o moderno levantamento hidrográfico do trecho Rio de Janeiro a São Sebastião, do qual resultou a carta nº l600; com ele sistematizou-se a moderna operação hidrográfica; serviu ele de verdadeira escola, durante anos, a uma geração de hidrógrafos, além de, durante a II Guerra Mundial, armado em corveta, ter servido de escolta a muitos comboios, de 1942 a 1945. Começou sua vida na Hidrografia brasileira sobre o trópico de Capricórnio e terrninou-a sobre o Equador, operando ininterruptamente por 14 meses, distante 2.200 milhas da sede da repartição hidrográfica e de sua base principal.

 

 


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