A 27 de abril é encomendada aos estaleiros Ishikawajima, em Tóquio, a
construção de dois Navios Hidrográficos de 78 metros, que recebem os nomes de "Sirius" e "Canopus". Primeiros navios de porte
projetados pela Marinha especialmente para o serviço hidrográfico, são
dotados de equipamento moderno e completo, e de plataforma para
helicóptero.
A 26 de maio é instalada na Base Naval de Belém o Serviço de
Sinalização Náutica do Norte.
De março a maio, a 11ª turma de alunos do curso executa o levantamento
que lhe fora cometido, o da enseada de Imbituba, e em dezembro publica-se a
respectiva carta. Pela primeira vez, consegue-se efetuar o
levantamento e publicar a carta dentro de um ano.
De abril a junho, para sondagens ao largo, é cedido à Diretoria um navio de
porte, o Navio-Escola "Almirante Saldanha", que seria depois
adaptado para Navio Oceanográfico.
Em maio é entregue à Diretoria a Corveta "Forte de Coimbra", então
recentemente construída na Holanda, a fim de suprir a falta do
NHi
"Rio Branco" e enquanto se espera pelos novos navios em construção.
Pela primeira vez, a Marinha emprega um navio moderno em
levantamentos, o que permitiu, aliado ao fato de ser o mesmo movido a
motores de combustão interna, dar rendimento excepcional ao serviço de
sondagens, efetuado com o segundo equipamento Raydist adquirido pela
Diretoria.
Em agosto é temporariamente cedida à Diretoria a Corveta
"Imperial Marinheiro", que leva à Ilha da Trindade o chefe do
Departamento de Geofísica, para as primeiras providências relativas à
ocupação da ilha a fim de tomar parte nas observações do
"Ano Geofísico Internacional de 1957-1958".
De 26 a 30 de novembro, a Diretoria efetua a primeira
campanha oceanográfica, empregando o NE "Guanabara",
no trecho do Cabo Frio a Abrolhos.
A 13 de dezembro, no Japão, são batidas as quilhas dos Navios
Hidrográficos "Sírius" e "Canopus".
Continua-se o trabalho de sondagem no Rio Paraná, entre Presidente
Epitácio e Guaíra, pela equipe mantida pela Comissão Interestadual das
Bacias do Prata e do Uruguai, constituída pelos governos dos Estados
de São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, comissão hidrográfica chefiada por um oficial hidrógrafo,
Capitão-de-Fragata
Helio Leôncio Martins , e apoiada
tecnicamente pela Diretoria; neste trabalho foi empregado o Navio Fluvial
"Guaíra", adaptado para serviço hidrográfico, com ecômetro Atlas.
O NHi
"Rio Branco" tem baixa do serviço ativo da Armada, por
Aviso nº 4.056 de 31/12/1956; foi passada mostra de desarmamento em
21/3/1957, sendo seu último serviço à Hidrografia a campanha na barra
Norte do rio Amazonas, até então nunca demandada por grandes navios, na
qual foi levantada uma extensão de 70 milhas de costa, e da qual
resultaram as cartas nº 201 e 210, da ponta de Santarém ao Cabo Norte.
Teve como último comandante o Capitão-de-Corveta
Paulo Irineu Roxo Freitas, que o
comandou durante 23 meses e 22 dias, inclusive na última fase daquela
campanha. Esse navio detém uma lenda heróica em nosso serviço
hidrográfico: iniciou sua atividade com o levantamento da enseada de
Ganchos, e com ele fez-se o moderno levantamento hidrográfico do trecho
Rio de Janeiro a São Sebastião, do qual resultou a carta nº l600; com ele
sistematizou-se a moderna operação hidrográfica; serviu ele de verdadeira
escola, durante anos, a uma geração de hidrógrafos, além de, durante a II
Guerra Mundial, armado em corveta, ter servido de escolta a muitos
comboios, de 1942 a 1945. Começou sua vida na Hidrografia brasileira
sobre o trópico de Capricórnio e terrninou-a sobre o Equador, operando
ininterruptamente por 14 meses, distante 2.200 milhas da sede da
repartição hidrográfica e de sua base principal.