Subsídios para a História da Hidrografia Brasileira
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Pero Vaz de Caminha registra em sua Carta: " ... Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra ... mandou lançar o prumo, acharam 25 braças.  E ao sol posto, umas dez léguas de terra surgimos âncoras, em 19 braças ... e quinta-feira pela manhã fizemos vela e seguimos em direção à terra por 17, 16, 15, 14, 12 e 9 braças, até meia légua de terra onde todos lançamos âncoras.'' Este é o primeiro registro de atividades hidrográficas no Brasil, contendo inclusive a primeira linha de sondagem realizada.
 
Aparece a primeira representação cartográfica da costa do Brasil no denominado 
Planisfério  de Cantino, 
o qual reproduz carta original portuguesa.  
 
Surgem as primeiras informações sobre a navegação na costa do Brasil no Roteiro de 
 Duarte Pacheco Pereira , 
 Esmeraldo de Situ Orbis.
 
Faz-se a representação cartográfica da costa do Brasil, desde o rio  Amazonas até o arroio Chuí, na carta de Lopo Homem .
 
Publica-se o primeiro atlas da costa do Brasil, de autoria do cartógrafo 
Luiz Teixeira.  Consta esse atlas  de uma carta geral da costa e de cartas particulares de vários portos.
 
Publica-se o atlas Livro de Toda a Costa da Província de Santa Cruz, de 
João Teixeira Albernaz, com uma  carta geral da costa e trinta cartas particulares.
 
É aceso na entrada da baía de Todos os Santos o farol construído no recinto do Forte de Santo Antônio da Barra.  " Compunha-se de um torreão quadrangular de altura meã, encimado de uma sorte de quiosque lateralmente envidraçado, no qual arderiam à noite
um ou mais lampiões avantajados, alimentados a óleo de baleia."
 
O navegante inglês William Dampier registra no seu diário "... A entrada da baía de Todos os Santos é  defendida pelo imponente Forte Santo Antônio... cujos lampiões acesos e suspensos ao ar livre para orientação dos navios vimos naquela noite." Foi mandado construir por D. João de Alencastro, governador (1694-1702) da Bahia. É, ao que se conhece, a primeira construção similar erigida no continente americano.
 
Publicado em Lisboa o livro A Arte de Navegar e Roteiro, de      Manoel Pimentel, cosmógrafo-mor do  Reino de Portugal. Até o início do século XIX, esse foi o roteiro usado pelos navegantes na costa do Brasil.
 
É executado o levantamento da Baía de Guanabara por um grupo de oficiais da Armada Real, sob a direção do Capitão-Tenente 
 Diogo Jorge de Brito.
 
O Capitão-de-Mar-e-Guerra 
Albin Reine de Roussin , 
da Marinha francesa, no comando de uma expedição composta da Corveta "La Bayadère" e do Brigue "Favorite", levanta a costa no trecho 
entre o Maranhão e a ilha de Santa Catarina.  Dessa campanha resultou a publicação de uma carta geral da costa , quatorze cartas particulares e um roteiro, editado pelo Depôt de  la Marine,  de 
1822 a 1827.
 
O Capitão-de-Corveta 
Louis Marius Barral (da Marinha francesa), no comando da gabarra "Emulation", levanta a costa no trecho entre a ilha de Santa Catarina e o arroio Chuí.  Desta campanha resultou publicação, pelo Depôt de la Marine, de  cinco cartas de nossa costa.
 
O Capitão-de-Corveta 
Tardy de Montravel (da Marinha francesa), no comando do Brigue "La Boulonnaise", levanta a costa no trecho entre o cabo Orange e o Maranhão, o rio Amazonas até Óbidos e parte do rio Tapajós.  Desta campanha resultou a publicação de nove cartas, pelo Depôt de la Marine.
 
No Relatório do Ministro da Marinha, apresentado em maio, vê-se que a Companhia dos Aspirantes foi dividida em duas partes, para que uns seguissem na " viagem de instrução que de costume se faz no fim de cada ano", e "outros, sob a direção de um oficial superior, se ocupassem em trabalhos hidrográficos no porto desta capital " .
 
É executado o levantamento da Baía de Guanabara pelo então Capitão-Tenente Joaquim Raimundo de Lamare. Ao que consta, baseado em triangulação que oficiais da Armada efetuaram em 1810.
 
O Primeiro-Tenente 
Manoel Antônio Vital de Oliveira é designado para levantar o  trecho da costa de Pitimbu a S. Bento (Pernambuco).
 
Enquanto na estação naval do Rio da Prata o Capitão-de-Fragata          
Amedée Ernest Barthélémy Mouchez 
(da Marinha francesa) percorre em seu navio, o Aviso "Le Bisson", os rios Paraná, Uruguai  e Paraguai, até Assunção, a 900 milhas do mar, levantando-os.
 
O Primeiro-Tenente 
Antônio Luiz von Hoonholtz,   
Mouchez, no comando do "D' Entrecasteaux", levanta em 5 meses a área dos Abrolhos e a costa, da Bahia ao Rio de Janeiro. A Canhoneira "Itajaí", sob o comando do Primeiro - Tenente Ignácio Joaquim da Fonseca, coadjuva este  serviço.
 
Larga do Rio de Janeiro a Corveta "Beberibe", sob o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra 
Francisco Cordeiro Torres  e Alvim
, para viagem de "estudos e explorações no oceano", no "intuito de verificar a praticabilidade do estabelecimento de uma linha telegráfica que o astrônomo 
E. Liais propõe para ligar o Brasil à Europa". (Relatório do Ministro da Marinha, em 1862.)  
 
A viagem,  que foi a primeira comissão oceanográfica empreendida  pela Marinha do Brasil, iniciou-se a 5  de agosto de 1861 e terminou a 1º  de março de 1862.  A "Beberibe"  foi a Pernambuco, Nova Iorque, Cabo Verde, penedo de São Paulo, Fernando de Noronha, Pernambuco e Rio.  Nas muitas estações oceanográficas realizadas sondou-se até 3.200 braças. A ida a Nova Iorque teve por fim obter, em Washington, prumos especiais.  O comandante visitou  o United States  Coast Survey, então dirigido  por  James Gilliss, que substituíra M. F. Maury. A "Beberibe" era  uma corveta mista  (a vela e a vapor),  de hélice potência de 120 cavalos, montando 7 bocas de fogo, com tripulação de 110 homens.
 
O Chefe de Divisão Joaquim Raimundo de Lamare,  Ministro da Marinha, delibera iniciar o serviço "de coordenação e levantamento de uma boa carta geral das costas do Império"; incumbe-o ao Capitão-Tenente 
Manoel Antônio Vital de Oliveira, o qual investe no comando do Vapor "Ipiranga", em  aviso baixado em 30 de julho, e traça-lhe instruções que constituem um bem elaborado plano de organização do serviço hidrográfico. 
Tais instruções são amplas no propósito que fixam, precisas nas tarefas que ordenam e completas nas providências necessárias.  No seu artigo lº,  ordena: "Coligirá cuidadosamente nas diversas estações e arquivos todas as cartas, mapas, planos, roteiros e memórias sobre a costa do Brasil..."
 
Em seguida, no art. 6º "Os estudos e trabalhos hidrográficos a que se  houver de proceder versarão, principalmente, sobre o seguinte: lº - Triangulação da costa... e outras ordens sobre levantamentos, meteorologia  e magnetismo."
 
O artigo 12 versa sobre "um roteiro geral" que "servirá de complemento às mencionadas cartas". Finalmente, declara: "Durante a comissão, de que foi encarregado, ficará V.Sª imediatamente subordinado ao Ministro da Marinha, com o qual diretamente se corresponderá", e determina "arquivar metodicamente, na sala para isso expressamente determinada, as cartas, plantas, planos, mapas, roteiros etc., que possui a repartição da Marinha e aqueles de que venha por qualquer forma a fazer aquisição,  velando na sua conservação e bom arranjo".
 
No relatório apresentado em 11 de maio à Assembléia-Geral Legislativa, o Ministro da Marinha, Chefe de Divisão Joaquim Raimundo de Lamare,  expõe a situação de atraso em que está o conhecimento hidrográfico da costa, esboça a organização que julga necessária e dá conta de sua decisão de iniciar o serviço de levantamentos.
  
Suas instruções ao Capitão-Tenente 
M. A. Vital de Oliveira, 
"Na carência dos recursos essenciais à decretação e estabelecimento de uma repartição dotada de meios, tanto em pessoal como em material, para realização pronta e regular da dupla tarefa acima esboçada, deliberei iniciar semelhante serviço incumbindo-o ao Capitão-Tenente                 
Manoel Antônio Vital de Oliveira, oficial já vantajosamente conhecido por seus estudos e anteriores trabalhos nessa especialidade, ao qual igualmente investi do comando do vapor "Ipiranga", que deve ser exclusivamente empregado nos  reconhecimentos e explorações preliminares." 
"De conformidade com a lª parte destas instruções, coligiu o  Capitão-Tenente
Vital de Oliveira 363 mapas, cartas, planos, plantas e esboços relativos à costa, portos e rios do Império."
 
 Continua ainda: "Não foi o ano estéril para a Hidrografia brasileira, como reconhecereis da resenha que passo a fazer."
 E relata os trabalhos do Primeiro-Tenente 
Antônio Luiz von Hoonholtz, em comissão na província de Santa Catarina: "Trabalho executado com perfeição e nitidez." 
 
No relatório, apresentado em 2 de janeiro de 1864, o Ministro da Marinha Joaquim Raimundo de Lamare  informa: 
"Partiu no Vapor "Ipiranga" o Capitão-Tenente
 Manoel Antônio Vital de Oliveira,  a  fim de proceder ao sul deste porto (Rio de Janeiro) aos reconhecimentos e estudos que têm de servir de base à carta geral das  costas do Império, cujo levantamento lhe está incumbido." "Pelo Primeiro-Tenente 
 Antônio Luiz von Hoonholtz... foi apresentada a segunda e última parte dos trabalhos que ali (Santa Catarina)  desempenhará."
 
O Ministro da Marinha, em relatório à Assembléia-Geral, diz: "Com o fim de ampliar e imprimir mais atividades às explorações e estudos hidrográficos, resolveu um de seus antecessores (Sr.  Almirante  de Lamare ) nomear o Primeiro-Tenente
 Antonio Luiz von Hoonholtz comandante da  
Canhoneira
"Araguari", incumbindo-o de comissão idêntica à que está sendo desempenhada pelo Capitão-Tenente             
Vital de Oliveira, a cujos  trabalhos deve aquele oficial ligar os seus."
 
Vital de Oliveira, encarregado do levantamento da carta geral da costa do Império, inicia no comando da Canhoneira "Ipiranga" este serviço, na costa ao Sul do  Rio de Janeiro, interrompendo-o em virtude da guerra com o Paraguai.
 
É publicado, no Rio de Janeiro, o Compêndio de Hidrografia do Prineiro-Tenente  
Antonio Luiz von Hoonholtz.  Ao que se conhece, é a primeira obra sobre hidrografia escrita no Brasil.
 
Mouchez, no comando do "Lamotte-Piquet", levanta o restante da costa do Brasil,  aproveitando em maior ou menor  grau as cartas existentes, principalmente  as dos franceses e as de 
Vital de Oliveira.
 
A guerra com o Paraguai interrompe os levantamentos na costa. As operações da esquadra nos rios Paraná e Paraguai, mal hidrografados e em certos trechos nunca hidrografados, obrigam à execução de pequenos reconhecimentos hidrográficos debaixo de fogo, nos quais se distinguem Hoonholtz, Silveira da Motta, Júlio de Noronha e outros oficiais.
 
Vital de Oliveira, então  Capitão-Tenente no comando do "Silvado" ainda sem ter conhecimento de sua promoção a Capitão-de-Fragata, é morto no seu posto durante o ataque a Curupaiti, a 2 de fevereiro de 1867.
 
Publica-se postumamente o Roteiro de                      
Vital de Oliveira.
 
  
  
 
 
 
 
(01)  1500-1869
 
 
 
(02)  1870-1932
 
 
 
(03)  1933-1956
 
 
 
(04)  1957-1965
 
 
 
(05)  1966-1972
 
 
 
 
(06)   1973-1976
 
 
 
(07)  1977-1983
 
 
 
(08)  1984-1989
 
 
 
(09)  1990-1995 
 
 
 
(10)  1996-1999
 
 
 
 
(11)     2000-2009
 
 
Você está no Período (01) 1500-1869
 
De 1500 à 1820 - Período Anterior à Independência
 
 
1500
 
 
 
1502
 
 
 
1508
 
 
 
1519
 
 
 
1586
 
 
 
 
1666
 
 
 
1698
 
 
 
1699
 
 
 
1710
 
 
 
1810
 
 
 
1819 até
1820
 
 
 
De 1831 à 1869 - Início do Período Posterior à Independência
 
 
1831
 
 
 
1842 até 1845
 
 
 
1847
 
 
 
1854
 
 
 
1857 até 1860
 
 
 
1859 
 
 
embarcado na Corveta "Bahiana", como professor de Hidrografia dos guardas-marinhas em viagem à Europa, escreve um Compêndio de Hidrografia, que publicaria em 1864.
 
1861
 
 
 
1862
 
 
 
1863
 
 
 baixadas  em 30 de julho de 1862, são completas e minuciosas, valendo como um plano bem elaborado.  "A coordenação e levantamento de uma boa carta geral das costas do Império, escoimada das inexatidões, erros e lacunas de que geralmente estão eivados os mapas estrangeiros, de que ainda hoje nos servimos, e a instituição de um arquivo central especialmente destinado ao colecionamento, sistematização e vulgarização dos estudos e trabalhos hidrográficos, atinentes ao nosso litoral, tais como novas descobertas e determinação de baixios, recifes, costas etc., estabelecimento de faróis,  balizamento de portos e canais, e outros cujo conhecimento possa interessar aos navegantes, eram providências há muito encanecidas como de palpitante e imediato interesse à Marinha em geral."
 
1864
 
 
, no comando da Canhoneira "Araguari", executa o levantamento de alguns pequenos trechos na costa Sul.
 
1865 até 1867
 
 
 
1865 até 1870
 
 
 
1869
 
 
Esta página se destina ao registro histórico das atividade hidrográficas