Subsídios para a História da Hidrografia Brasileira


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   SEÇÃO 07    00



OBSERVAÇÕES

Os subsídios históricos publicados neste website são baseados nas EFEMÉRIDES HIDROGRÁFICAS Oficiais da DHN e e em pesquisas realizadas por vários confrades.

As informações fornecidas pelos confrades pesquisadores, estão em cor verde.

 

 

SUBSÍDIOS (01)
Para a História da Hidrografia Brasileira


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Você está no Período (01) 1500-1869

2000-2009      1500-1869    1870-1932

De 1500 à 1820 - Período Anterior à Independência
1500

Pero Vaz de Caminha registra em sua Carta: " ... Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra ... mandou lançar o prumo, acharam 25 braças. E ao sol posto, umas dez léguas de terra surgimos âncoras, em 19 braças ... e quinta-feira pela manhã fizemos vela e seguimos em direção à terra por 17, 16, 15, 14, 12 e 9 braças, até meia légua de terra onde todos lançamos âncoras.'' Este é o primeiro registro de atividades hidrográficas no Brasil, contendo inclusive a primeira linha de sondagem realizada.

1502

Aparece a primeira representação cartográfica da costa do Brasil no denominado Planisfério de Cantino, o qual reproduz carta original portuguesa.

1508

Surgem as primeiras informações sobre a navegação na costa do Brasil no Roteiro de Duarte Pacheco Pereira , Esmeraldo de Situ Orbis.

1519

Faz-se a representação cartográfica da costa do Brasil, desde o rio Amazonas até o arroio Chuí, na carta de Lopo Homem .

1586

Publica-se o primeiro atlas da costa do Brasil, de autoria do cartógrafo Luiz Teixeira. Consta esse atlas de uma carta geral da costa e de cartas particulares de vários portos.

1666

Publica-se o atlas Livro de Toda a Costa da Província de Santa Cruz, de João Teixeira Albernaz, com uma carta geral da costa e trinta cartas particulares.

1698

É aceso na entrada da baía de Todos os Santos o farol construído no recinto do Forte de Santo Antônio da Barra. " Compunha-se de um torreão quadrangular de altura meã, encimado de uma sorte de quiosque lateralmente envidraçado, no qual arderiam à noite um ou mais lampiões avantajados, alimentados a óleo de baleia."

1699

O navegante inglês William Dampier registra no seu diário "... A entrada da baía de Todos os Santos é defendida pelo imponente Forte Santo Antônio... cujos lampiões acesos e suspensos ao ar livre para orientação dos navios vimos naquela noite." Foi mandado construir por D. João de Alencastro, governador (1694-1702) da Bahia. É, ao que se conhece, a primeira construção similar erigida no continente americano.

1710

Publicado em Lisboa o livro A Arte de Navegar e Roteiro, de Manoel Pimentel, cosmógrafo-mor do Reino de Portugal. Até o início do século XIX, esse foi o roteiro usado pelos navegantes na costa do Brasil.

1810

É executado o levantamento da Baía de Guanabara por um grupo de oficiais da Armada Real, sob a direção do Capitão-Tenente Diogo Jorge de Brito.

1819 até 1820

O Capitão-de-Mar-e-Guerra Albin Reine de Roussin , da Marinha francesa, no comando de uma expedição composta da Corveta "La Bayadère" e do Brigue "Favorite", levanta a costa no trecho entre o Maranhão e a ilha de Santa Catarina. Dessa campanha resultou a publicação de uma carta geral da costa , quatorze cartas particulares e um roteiro, editado pelo Depôt de la Marine, de 1822 a 1827.

De 1831 à 1869 - Início do Período Posterior à Independência
1831

O Capitão-de-Corveta Louis Marius Barral (da Marinha francesa), no comando da gabarra "Emulation", levanta a costa no trecho entre a ilha de Santa Catarina e o arroio Chuí. Desta campanha resultou publicação, pelo Depôt de la Marine, de cinco cartas de nossa costa.

1842 até 1845

O Capitão-de-Corveta Tardy de Montravel (da Marinha francesa), no comando do Brigue "La Boulonnaise", levanta a costa no trecho entre o cabo Orange e o Maranhão, o rio Amazonas até Óbidos e parte do rio Tapajós. Desta campanha resultou a publicação de nove cartas, pelo Depôt de la Marine.

1847

No Relatório do Ministro da Marinha, apresentado em maio, vê-se que a Companhia dos Aspirantes foi dividida em duas partes, para que uns seguissem na " viagem de instrução que de costume se faz no fim de cada ano", e "outros, sob a direção de um oficial superior, se ocupassem em trabalhos hidrográficos no porto desta capital " .

É executado o levantamento da Baía de Guanabara pelo então Capitão-Tenente Joaquim Raimundo de Lamare. Ao que consta, baseado em triangulação que oficiais da Armada efetuaram em 1810.

1854

O Primeiro-Tenente Manoel Antônio Vital de Oliveira é designado para levantar o trecho da costa de Pitimbu a S. Bento (Pernambuco).

1857 até 1860

Enquanto na estação naval do Rio da Prata o Capitão-de-Fragata Amedée Ernest Barthélémy Mouchez (da Marinha francesa) percorre em seu navio, o Aviso "Le Bisson", os rios Paraná, Uruguai e Paraguai, até Assunção, a 900 milhas do mar, levantando-os.

1859

O Primeiro-Tenente Antônio Luiz von Hoonholtz, embarcado na Corveta "Bahiana", como professor de Hidrografia dos guardas-marinhas em viagem à Europa, escreve um Compêndio de Hidrografia, que publicaria em 1864.

1861

Mouchez, no comando do "D' Entrecasteaux", levanta em 5 meses a área dos Abrolhos e a costa, da Bahia ao Rio de Janeiro. A Canhoneira "Itajaí", sob o comando do Primeiro - Tenente Ignácio Joaquim da Fonseca, coadjuva este serviço.

Larga do Rio de Janeiro a Corveta "Beberibe", sob o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra Francisco Cordeiro Torres e Alvim , para viagem de "estudos e explorações no oceano", no "intuito de verificar a praticabilidade do estabelecimento de uma linha telegráfica que o astrônomo E. Liais propõe para ligar o Brasil à Europa". (Relatório do Ministro da Marinha, em 1862.)

A viagem, que foi a primeira comissão oceanográfica empreendida pela Marinha do Brasil, iniciou-se a 5 de agosto de 1861 e terminou a 1º de março de 1862. A "Beberibe" foi a Pernambuco, Nova Iorque, Cabo Verde, penedo de São Paulo, Fernando de Noronha, Pernambuco e Rio. Nas muitas estações oceanográficas realizadas sondou-se até 3.200 braças. A ida a Nova Iorque teve por fim obter, em Washington, prumos especiais. O comandante visitou o United States Coast Survey, então dirigido por James Gilliss, que substituíra M. F. Maury. A "Beberibe" era uma corveta mista (a vela e a vapor), de hélice potência de 120 cavalos, montando 7 bocas de fogo, com tripulação de 110 homens.

1862

O Chefe de Divisão Joaquim Raimundo de Lamare, Ministro da Marinha, delibera iniciar o serviço "de coordenação e levantamento de uma boa carta geral das costas do Império"; incumbe-o ao Capitão-Tenente Manoel Antônio Vital de Oliveira, o qual investe no comando do Vapor "Ipiranga", em aviso baixado em 30 de julho, e traça-lhe instruções que constituem um bem elaborado plano de organização do serviço hidrográfico. Tais instruções são amplas no propósito que fixam, precisas nas tarefas que ordenam e completas nas providências necessárias. No seu artigo lº, ordena: "Coligirá cuidadosamente nas diversas estações e arquivos todas as cartas, mapas, planos, roteiros e memórias sobre a costa do Brasil..."

Em seguida, no art. 6º "Os estudos e trabalhos hidrográficos a que se houver de proceder versarão, principalmente, sobre o seguinte: lº - Triangulação da costa... e outras ordens sobre levantamentos, meteorologia e magnetismo."

O artigo 12 versa sobre "um roteiro geral" que "servirá de complemento às mencionadas cartas". Finalmente, declara: "Durante a comissão, de que foi encarregado, ficará V.Sª imediatamente subordinado ao Ministro da Marinha, com o qual diretamente se corresponderá", e determina "arquivar metodicamente, na sala para isso expressamente determinada, as cartas, plantas, planos, mapas, roteiros etc., que possui a repartição da Marinha e aqueles de que venha por qualquer forma a fazer aquisição, velando na sua conservação e bom arranjo".

1863

No relatório apresentado em 11 de maio à Assembléia-Geral Legislativa, o Ministro da Marinha, Chefe de Divisão Joaquim Raimundo de Lamare, expõe a situação de atraso em que está o conhecimento hidrográfico da costa, esboça a organização que julga necessária e dá conta de sua decisão de iniciar o serviço de levantamentos.

Suas instruções ao Capitão-Tenente M. A. Vital de Oliveira, baixadas em 30 de julho de 1862, são completas e minuciosas, valendo como um plano bem elaborado. "A coordenação e levantamento de uma boa carta geral das costas do Império, escoimada das inexatidões, erros e lacunas de que geralmente estão eivados os mapas estrangeiros, de que ainda hoje nos servimos, e a instituição de um arquivo central especialmente destinado ao colecionamento, sistematização e vulgarização dos estudos e trabalhos hidrográficos, atinentes ao nosso litoral, tais como novas descobertas e determinação de baixios, recifes, costas etc., estabelecimento de faróis, balizamento de portos e canais, e outros cujo conhecimento possa interessar aos navegantes, eram providências há muito encanecidas como de palpitante e imediato interesse à Marinha em geral."

"Na carência dos recursos essenciais à decretação e estabelecimento de uma repartição dotada de meios, tanto em pessoal como em material, para realização pronta e regular da dupla tarefa acima esboçada, deliberei iniciar semelhante serviço incumbindo-o ao Capitão-Tenente Manoel Antônio Vital de Oliveira, oficial já vantajosamente conhecido por seus estudos e anteriores trabalhos nessa especialidade, ao qual igualmente investi do comando do vapor "Ipiranga", que deve ser exclusivamente empregado nos reconhecimentos e explorações preliminares." "De conformidade com a lª parte destas instruções, coligiu o Capitão-Tenente Vital de Oliveira 363 mapas, cartas, planos, plantas e esboços relativos à costa, portos e rios do Império."

Continua ainda: "Não foi o ano estéril para a Hidrografia brasileira, como reconhecereis da resenha que passo a fazer." E relata os trabalhos do Primeiro-Tenente Antônio Luiz von Hoonholtz, em comissão na província de Santa Catarina: "Trabalho executado com perfeição e nitidez."

1864

No relatório, apresentado em 2 de janeiro de 1864, o Ministro da Marinha Joaquim Raimundo de Lamare informa: "Partiu no Vapor "Ipiranga" o Capitão-Tenente Manoel Antônio Vital de Oliveira, a fim de proceder ao sul deste porto (Rio de Janeiro) aos reconhecimentos e estudos que têm de servir de base à carta geral das costas do Império, cujo levantamento lhe está incumbido." "Pelo Primeiro-Tenente Antônio Luiz von Hoonholtz... foi apresentada a segunda e última parte dos trabalhos que ali (Santa Catarina) desempenhará."

O Ministro da Marinha, em relatório à Assembléia-Geral, diz: "Com o fim de ampliar e imprimir mais atividades às explorações e estudos hidrográficos, resolveu um de seus antecessores (Sr. Almirante de Lamare ) nomear o Primeiro-Tenente Antonio Luiz von Hoonholtz comandante da Canhoneira "Araguari", incumbindo-o de comissão idêntica à que está sendo desempenhada pelo Capitão-Tenente Vital de Oliveira, a cujos trabalhos deve aquele oficial ligar os seus."

Antônio Luiz von Hoonholtz, no comando da Canhoneira "Araguari", executa o levantamento de alguns pequenos trechos na costa Sul.

Vital de Oliveira, encarregado do levantamento da carta geral da costa do Império, inicia no comando da Canhoneira "Ipiranga" este serviço, na costa ao Sul do Rio de Janeiro, interrompendo-o em virtude da guerra com o Paraguai.

É publicado, no Rio de Janeiro, o Compêndio de Hidrografia do Prineiro-Tenente Antonio Luiz von Hoonholtz. Ao que se conhece, é a primeira obra sobre hidrografia escrita no Brasil.

1865 até 1867

Mouchez, no comando do "Lamotte-Piquet", levanta o restante da costa do Brasil, aproveitando em maior ou menor grau as cartas existentes, principalmente as dos franceses e as de Vital de Oliveira.

1865 até 1870

A guerra com o Paraguai interrompe os levantamentos na costa. As operações da esquadra nos rios Paraná e Paraguai, mal hidrografados e em certos trechos nunca hidrografados, obrigam à execução de pequenos reconhecimentos hidrográficos debaixo de fogo, nos quais se distinguem Hoonholtz, Silveira da Motta, Júlio de Noronha e outros oficiais.

Vital de Oliveira, então Capitão-Tenente no comando do "Silvado" ainda sem ter conhecimento de sua promoção a Capitão-de-Fragata, é morto no seu posto durante o ataque a Curupaiti, a 2 de fevereiro de 1867.

1869

Publica-se postumamente o Roteiro de Vital de Oliveira.

 

 


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