SUBSÍDIOS (02)
Para a História da Hidrografia Brasileira


Subsídios por Décadas

Antes de 1870
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Você está no Período (02) 1870-1932

1500-1869      1870-1932    1933-1956

De 1870 à 1879
1870

O Ministro da Marinha, em seu relatório anual, refere-se à "Comissão para Exame das Derrotas" e ao local de trabalho " ... um pequeno pavilhão envidraçado, coberto de zinco, de 41 palmos por 45 de fundo, dentro do Arsenal, que serve de camarim para Sua Majestade ver lançar ao mar os navios construídos no Arsenal, e é o lugar onde funciona a comissão de derrotas".

1873

Calheiros da Graça acompanha, na Corveta "Vital de Oliveira", as primeiras sondagens que se fazem na costa para imersão do cabo submarino inglês, que ligaria a Europa aos nossos portos.

Dada nova organização ao Quartel-General da Armada, na qual se vê: " ... haverá em comissão, como adjuntos do Quartel-General, mais dois oficiais, que com o assistente serão encarregados do exame de derrotas" (art 3º- do Decreto nº 5 278 de 10 de maio).

É esboçado um plano de levantamento da costa, no relatório do Ministro da Marinha: "Resta ainda muito que fazer para a completa organização das nossas cartas marítimas." "Colocadas sob as vistas e imediata direção do Quartel-General, é provável que os trabalhos hidrográficos sejam feitos com método e regularidade, e que a seção, por ora mantendo sua condição acanhada, venha a justificar o título e importantes atribuições que lhe pertencem. Independentemente dos trabalhos efetivos que pertençam aos Distritos Navais, outros de maior importância têm sido confiados a oficiais da Armada. E assim é que o governo julgou conveniente incumbir o Capitão-de-Mar-e-Guerra Arthur Silveira da Motta de uma comissão permanente científica, com o fim não só de completar o levantamento geral da costa do Brasil, e das repúblicas do Prata, como de proporcionar exercícios teóricos e práticos aos oficiais ainda pouco experientes e mesmo a algumas praças do serviço regular da Armada. Não poderão deixar de ser satisfatório os resultados de semelhante comissão."

É publicado, no Rio de Janeiro, o Compêndio de Hidrografia, do Capitão-Tenente Júlio Cesar de Noronha .

Depois da criação da Repartição Hidrographica
1876

O Governo Imperial cria a Repartição Hidrographica, no Ministério da Marinha, por Decreto de 2 de fevereiro, colocando-a logo sob a direção do Capitão-de-Fragata Antonio Luiz von Hoonholtz, Barão de Teffé. Quase simultaneamente, fora criada, a 26 de janeiro, a Repartição de Faróis, que mais tarde seria reunida à primeira. Os faróis eram até então administrados pelas Capitanias de Portos.

O Diretor, Capitão-de-Fragata Barão de Teffé, em seu relatório ao Ministro, esboça um Plano de Levantamento da Costa, e menciona o Vapor "Lamego", mostrando a dificuldade de só com este vapor começar o levantamento da costa do Rio Grande e da região do Gurupi e Amazonas. O "Lamego" era uma Canhoneira de 4ª classe, de casco de madeira, de 1,52m de calado.

1879

É publicado, no Rio de Janeiro, o Tratado de Geodésia do Capitão-Tenente José Cândido Guillobel . Este tratado, que se tornou uma obra clássica, é, ao que se sabe, a primeira obra sobre geodésia escrita no Brasil

De 1880 à 1889
1881

O Segundo-Tenente Themistocles Savio visitou a Repartição Hidrográfica dos Estados Unidos, a serviço, segundo relata ao Diretor, Almirante Barão de Teffé (ver relatório do Ministro da Marinha, de 1887, ao qual aquele está anexo).

1884

A 16 de abril, o Capitão-Tenente Francisco Calheiros da Graça, no comando da Canhoneira "Braconnot ", parte do Rio de Janeiro com destino a Cabo Frio, a fim de determinar a posição desta cidade. Pela primeira vez, em nossa Marinha, foi empregado o telégrafo elétrico na observação da hora.

1886

O Ministro da Marinha, em seu relatório à Assembléia-Geral, pede atenção para a Repartição Hidrographica: "São muito exíguos os meios de que dispõe esta Repartição para levar a efeito os importantíssimos trabalhos que se teve em vista realizar com a sua criação. Entretanto, o seu pessoal prossegue nos serviços técnicos a seu cargo com zelo e dedicação. O seu Diretor-Geral propõe uma reforma, que infelizmente, à vista do nosso estado financeiro, terá de ser adiada."

1887

O Diretor, Capitão-de-Mar-e-Guerra Barão de Teffé, em seu relatório ao Ministro, insiste: "Permita-me V. Exª que insista nas medidas propostas no meu último relatório, pois das frases breves mas eloquentes com que o ex-Ministro da Marinha manifestou o seu pensamento a respeito de uma Repartição destinada a prestar importantíssimos serviços à navegação em geral deduz-lhe claramente a necessidade de facultar-lhe os meios de que, mais do que nunca, hoje carece para desenvolver-se e demonstrar ao País quanto dela pode conseguir. Os trabalhos deste ano, que tenho a honra de enviar anexos, são a mais convincente prova do que avanço". A Repartição estava então instalada na Rua de Bragança (hoje Conselheiro Saraiva), conforme consta do relatório do Ministro: "Um edifício construído de pedra e cal, de um só andar, com pátio e acomodações no pavimento térreo, situado à Rua de Bragança. Ocupado pela Repartição Hidrographica, Secretaria do Corpo de Saúde e Auditoria."

1888

A 4 de abril é criada a Repartição Central Meteorológica, no Ministério da Marinha.

De 1890 à 1899
1890

A 7 de janeiro o Capitão-de-Fragata Francisco Calheiros da Graça tomou posse no cargo de Diretor da Repartição Hydrográfica, onde permanece até 20 de abril de 1893 como Diretor da Repartição da Carta Marítima, criada em 07 de novembro de 1891.

O Primeiro-Tenente Tancredo Burlamaqui redige um projeto de reorganização da Repartição Central Meteorológica da Marinha, considerado um trabalho notável para a época.

1891

A 7 de novembro são reunidas as três repartições em uma única, denominada Repartição da Carta Marítima.

1893

A 20 de abril o Contra-Almirante José Cândido Guilhobel tomou posse no cargo de Diretor da Repartição da Carta Marítima onde permanece até 11 de julho de 1895.

1895

A 11 de julho o Almirante Francisco José Coelho Netto tomou posse no cargo de Diretor da Repartição da Carta Marítima onde permanece até 4 de janeiro de 1897.

1897

A 4 de janeiro o Contra-Almirante Carlos Frederico de Noronha tomou posse no cargo de Diretor da Repartição da Carta Marítima onde permanece até 19 de novembro de 1898.

1898

A 12 de abril o Capitão-Tenente Américo Brasilio Silvado confeccionou as primeiras Instruções Meteorológicas da Diretoria de Meteorologia da Repartição da Carta Marítima. Após esse trabalho, que marcou as atividades do primeiro serviço meteorológico nacional e sistemático que surgiu no Brasil, segue-se a confecção de cartas isobáricas de superfície, e igualmente tiveram início as observações meteorológicas a bordo dos navios da MB.

A 19 de novembro o Vice-Almirante Joaquim Antonio Cordovil Maurity tomou posse no cargo de Diretor da Repartição da Carta Marítima onde permanece até 12 de dezembro de 1902.

De 1900 à 1909
1902

A 12 de dezembro o Contra-Almirante José Cândido Guilhobel tomou posse no cargo de Diretor da Repartição da Carta Marítima onde permanece até 16 de novembro de 1906.

1906

A 16 de novembro o Contra-Almirante João Justino de Proença tomou posse no cargo de Diretor da Repartição da Carta Marítima onde permanece até 4 de abril de 1907.

A Repartição é transferida da Rua Conselheiro Saraiva nº 8 para a Rua Dom Manuel nº 5.

1907

A 4 de abril o Almirante Arthur Silveira da Motta, Barão de Jaceguay tomou posse no cargo de Diretor da Repartição da Carta Marítima onde permanece até 5 de outubro de 1910, então como Diretor da Superintendência de Navegação, criada em 28 de maio de 1908.

É iniciada a publicação de uma coleção de cartas da costa, que viria a ser conhecida como "Coleção Jaceguay" por compilação de todas as informações existentes até esta data.

1908

A 29 de maio, o nome da Repartição é mudado para Superintendência de Navegação.

O Ministro da Marinha, em relatório, informa: "A Carta Marítima não pode dispensar a aquisição de navio especialmente destinado ao serviço das seções de hidrografia e de faróis, compreendido no Programa Naval.

As bases para os planos desse navio já foram assentadas pelo chefe da Carta Marítima, tendo-se aberto concorrência no estrangeiro, por intermédio da Comissão Naval na Europa, para apresentação das propostas." (A encomenda deste navio afinal não se fez.)

1909

Terminada a publicação das cartas da Coleção Jaceguay

De 1910 à 1919
1910

A 5 de outubro o Almirante Graduado Henrique Pinheiro Guedes tomou posse no cargo de Superintendente de Navegação permanecendo no cargo até 7 de janeiro de 1914.

1912

Determinadas as coordenadas geográficas de Angra dos Reis (Convento do Carmo) pelo Capitão-Tenente Manoel José Nogueira da Gama. O sinal horário ainda foi recebido pelo telégrafo.

1914

A Repartição é transferida da Rua Dom Manuel nº 5 para a Ilha Fiscal.

A 7 de janeiro o Contra-Almirante Antonio Coutinho Gomes Pereira tomou posse no cargo de Superintendente de Navegação permanecendo no cargo até 25 de março de 1914.

A 25 de março o Vice-Almirante Américo Brazílio Silvado tomou posse no cargo de Superintendente de Navegação permanecendo no cargo até 28 de abril de 1922.

De 1920 à 1929
1922

Efetuado o Levantamento da Baía da Ribeira, pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Conrado Heck .

Efetuado o Levantamento da Baía de Guanabara pelo Capitão-Tenente Antônio Alves Câmara Junior, oficial da Repartição. O levantamento foi apoiado na triangulação da carta cadastral do Distrito Federal de 1895.

A 28 de abril o Contra-Almirante Gentil Augusto de Paiva Meira tomou posse no cargo de Superintendente de Navegação permanecendo no cargo até 18 de novembro de 1922.

A 18 de novembrol o Contra-Almirante Francisco Alves Machado da Silva tomou posse no cargo de Superintendente de Navegação permanecendo no cargo até 19 de novembro de 1924, já como Diretor de Navegação.

1924

A 21 de março, o nome da Repartição é novamente mudado, para Diretoria de Navegação.

De setembro a janeiro, são determinadas as coordenadas geográficas dos faróis da costa Sul, pelo Capitão-Tenente Alves Câmara, comandando o Navio Faroleiro "Tenente Lahmeyer", de Castelhanos a Sarita.

A 19 de novembro o Almirante Graduado Eduardo Augusto Veríssimo de Mattos tomou posse no cargo de Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 19 de outubro de 1925.

1925

A 19 de outubro o Contra-Almirante Athur Thompson tomou posse no cargo de Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 5 de setembro de 1927.

1927

Efetua-se o Levantamento do Porto de Vitória pelo Capitão-de-Fragata Nogueira da Gama, no Cruzador "Barroso". Neste foi empregada, pela primeira vez, a rocega hidrográfica, em pequena escala. Pela primeira vez, é empregado em nossos levantamentos o astrolábio de prisma de 60º.

A 5 de setembro o Contra-Almirante Júlio Cesar de Noronha Santos tomou posse no cargo de Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 4 de abril de 1930.

1929

Inicia-se a Triangulação da Baía da Ilha Grande pelo Capitão-de-Fragata Nogueira da Gama. Medida base a fio invar, empregado pela primeira vez, assim como os teodolitos de micrômetro ótico.

De 1930 à 1939 (Parte 1)
1930

É terminada a Triangulação da Baía da Ilha Grande, pelo Capitão-de-Fragata Nogueira da Gama. Interrompido o serviço, em outubro, pela Revolução.

A 4 de abril o Contra-Almirante Heráclito da Graça Aranha tomou posse no cargo de Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 6 de novembro.

A 6 de novembro o Capitão-de-Mar-e-Guerra Alfredo Amâncio dos Santos tomou posse no cargo (Interinamente) de Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 14 de abril de 1932.

1931

O Capitão-de-Fragata Nogueira da Gama passa a comandar o Encouraçado "Floriano", na função de navio hidrográfico.

A 17 de março são designados pelo Ministro Conrado Heck três Primeiros-Tenentes para embarcarem no "Floriano", onde "deveriam servir especialmente na Comissão de Levantamento Hidrográfico da Baía da Ilha Grande". Logo após, mais dois oficiais foram embarcados no "Floriano", fazendo parte da lotação do navio; porém, na realidade, para servirem no levantamento. E, mais tarde, um outro; com esses 6 tenentes, passou o chefe da comissão a contar com um núcleo de oficiais que se fixaram no serviço e mais tarde se tornaram todos especialistas.

Em maio é iniciado o levantamento com o Encouraçado "Floriano", começando pela enseada de Mangaratiba.

A 26 de junho é criada a Especialidade de Hidrografia para Oficiais do Corpo da Armada, no mesmo nível das outras especialidades já existentes, e o respectivo curso para formação de especialistas, com o nome de Curso de Navegação e Hidrografia.

Em novembro é retirado da Diretoria o "Floriano", passando a comissão a contar somente com o "Tenente Lahmeyerr" e as lanchas "Sextante" e "Astrolábio". O levantamento prosseguiu, não obstante, com grande atividade

Publicado um Plano da Enseada de Mangaratiba, impresso na Imprensa Naval, em preto e branco, no qual já se pôde apreciar a precisão do levantamento.

1932

A 14 de abril o Contra-Almirante Carlos Frederico de Noronha tomou posse no cargo de Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 22 de setembro.

A 1º de janeiro é aceso nos Penedos de S. Pedro e S. Paulo o primeiro farol aeromarítimo no Brasil, sem guarnição. A construção fora iniciada em setembro de 1930, sendo o trabalho executado pelo Tênder "Belmonte", cedido pela Esquadra à Diretoria para este serviço. Iluminou por pouco tempo; foi destruído por um abalo sísmico. Inspecionado o farol e recolhidos os destroços, em 11 de junho de 1933, pelo Navio Faroleiro "Calheiros da Graça". Extinto definitivamente em 20 de julho de 1933. Pois foi destruído.

Concluí-se o Levantamento da Parte Central da Baía da Ilha Grande. Pequenos navios mercantes de cabotagem, como o "José Bonifácio", passados para a Marinha, foram ocasionalmente empregados em levantamentos (navios construídos em 1908).

A atividade hidrográfica, embora interrompida e prejudicada pela Revolução Constitucionalista de São Paulo, de julho a setembro, volta imediatamente ao ritmo anterior.

A 22 de setembro o Contra-Almirante Heráclito da Graça Aranha tomou posse no cargo de Diretor de Navegação permanecendo no cargo até 11 de julho de 1935.

 

 


Esta página se destina ao registro histórico das atividade hidrográficas

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